Como manter a mente saudável diante das pressões da vida universitária

 

“Durante toda a trajetória na escola, vivemos a expectativa de alcançar o Ensino Superior e, quando enfim chegamos até ele, muitos de nós sofremos um baque. Afinal, a realidade nem sempre corresponde à expectativa.

A faculdade exige muita dedicação, muito mais que o Ensino Médio e cursinho. É aí que surgem as primeiras frustrações, e o medo de “não dar conta” assombra universitários de todos os cursos.

É por isso que hoje vamos falar um pouco sobre cuidados com a saúde mental durante a graduação. Afinal, para conseguir o seu diploma e exercer a profissão escolhida é preciso estar inteiro e bem.

 

Cuide do seu corpo

Ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas é fundamental para manter a mente saudável. Um estudo feito pelo pesquisador americano Jasper Smiths indica que a prática de atividades físicas estimula a liberação dos neurotransmissores serotonina e dopamina. A ausência de produção ou captação dessas substâncias está diretamente ligada à depressão e aos transtornos de ansiedade.

Encontre alguma atividade física que você se identifique. Se não há recursos financeiros para investir em alguma especificamente, a simples caminhada já pode ajudar muito. Aprender a respirar adequadamente ajuda também a prevenir crises de ansiedade e afins.

Planeje-se

É comum ter o sentimento de que não haverá tempo hábil para entregar todos os trabalhos, estudar para as provas e outras atividades, mas esse sentimento é apenas uma suposição. É preciso se organizar para realmente saber se os prazos estão de acordo com sua realidade de tempo. Portanto faça um cronograma e distribua as atividades de acordo com a prioridade. Caso perceba que não conseguirá cumprir o prazo de alguma atividade, o prazo seja inflexível e a atividade, muito importante, escolha outra de menor relevância para deixar de entregar, mas converse com o professor responsável antecipadamente. Se você tentar realizar todas as tarefas em um tempo insuficiente terá trabalhos de baixa qualidade em diversas matérias. Não é possível abraçar o mundo, não é mesmo? 

Escolher menos atividades extras também é importante para fazer um curso com qualidade e manter a qualidade de vida. Observe que toda escolha implica em ganhos e perdas. Pondere se vale a pena perder saúde mental/emocional e física para abarcar o mundo de uma vez só.

Ter as atividades em cronograma e fazer escolhas sábias com menos atividades previne episódios de ansiedade.

Evite competições

Existem pessoas que são competitivas por natureza, porém é preciso se atentar durante a graduação para que esse lado não aflore de modo prejudicial. Alunos competindo por nota não é novidade, mas durante a graduação é preciso ter maturidade e compreender que nota não é tudo, afinal a prova avalia uma pequena parte do conteúdo que foi trabalhado durante o semestre.

Além disso, temos que levar em consideração que a forma de aprendizagem é individual. Cada um tem o seu tempo e aprende de maneiras diferentes. Portanto ter uma nota maior não significa que você seja o melhor aluno. Pensar assim pode fazer com que você caia em frustrações caso não consiga ter a melhor nota em todos os semestres, além de desconforto com colegas de classe.

Foque em ampliar o seu conhecimento. Você tem que estar na faculdade por você, não para provar aos outros que domina certos assuntos. Se você é muito bom em alguma matéria, ajude colegas que enfrentam dificuldades. Isso trará um sentimento de ser útil e bom!

 

Observe-se sempre

É preciso sempre se olhar, identificar se você passa mais momentos felizes que tensos na faculdade. Caso não esteja se sentindo emocionalmente bem, não hesite em buscar ajuda, seja dentro ou fora do campus. Converse com amigos com quem tenha mais abertura ou até mesmo procure um psicólogo. Uma ajuda no início de episódios de depressão ou ansiedade generalizada pode evitar que você se prejudique na faculdade.

É preciso cuidar da mente sempre, independente da fase da sua vida, se está só trabalhando, trabalhando e estudando ou só estudando. Somos regidos por nossa cabeça, e o nosso sucesso e felicidade depende dela!”

Texto de Maria Fernanda Alves em 24/04/17  Via Revista Quero Bolsa em https://goo.gl/9O6JzT

 

Os itens em vermelhos foram detalhes que acrescentamos ao incrível texto da autora citada para reforçar a importância dos aspectos que ela mencionou.

A psicoterapia tem se mostrado eficiente para muitos universitários que atravessam estresse e crises de ansiedade. O Núcleo Ampliar conta com experientes psicólogas que trabalham com esse público há muito tempo. Venha experimentar a psicoterapia!

Telefone: (48) 4141-0504 ou contato@nucleoampliar.com.br

Recupere seus sentidos

leveza

Perls, um dos responsáveis pelo surgimento da Gestalt-terapia, trouxe em sua célebre frase: “Lose your mind and come to your senses” (perca sua cabeça, recupere seus sentidos) a essência do que pretendo discutir aqui neste momento.

A noção de corpo tem sido modificada ao longo da história da humanidade e a ideia mais arraigada que ainda perdura na atualidade é o corpo cartesiano, fragmentado, separado. O corpo versus mente. Corpomente. O corpo não mente.

Há alguns anos, por meio de reflexões e experiências pessoais, suspeito e duvido dessa condição dualista. O cotidiano, no entanto, bem como todo um ranço cultural, volta e meia, pregam peças até mesmo em quem racionalmente compreende que não é possível separar mente/corpo, corpo/sentimento, corpo/sentidos. E aqui entra o divisor de águas em minha vida: conhecer, por meio do olhar fenomenológico, as idéias e propostas de Nana Schnake, no curso Gestalt e Saúde*1, de viver o corpo de modo integrado, a começar pela própria vida até a prática da clínica gestáltica.

A título de curiosidade, nota-se que, no parágrafo acima, escrevi uma frase dualista: “…pregam peças em quem racionalmente compreende que não é possível separar mente/corpo…”. Se não é possível separar mente e corpo, a compreensão vai além do racional. A compreensão é pensada em nosso córtex cerebral e sentida em cada célula de nosso corpo de modo inteiro. Os gestaltistas da primeira geração intuíam isso, mesmo caindo em contradição ao tentar transformar o objeto intencional identificado por Husserl em experimento de laboratório, naturalizando-o, portanto. O todo é maior do que a soma das partes: o corpo funciona de modo integral, sendo este maior que a soma de seus órgãos e afins, bem como a percepção do mesmo.

“Perca sua cabeça e recupere seus sentidos”… cada um dos sentidos humanos é um canal de comunicação e de limite entre o corpo humano e o mundo/outrem. Dar voz e vida às partes do corpo, permitindo um diálogo entre o todo e as partes, promove a experiência de ampliar a percepção de si de cada pessoa, bem como aprender com o funcionamento fisiológico de nossos órgãos. Essa é a proposta de Adriana Schnake ao se inspirar na técnica da cadeira vazia para criar seu método de trabalho com as partes do corpo e as doenças.

Tal como Perls concebia cada parte do sonho como expressão de nós próprios e de nossos desejos, Nana Schnake trouxe a compreensão visceral de que cada parte do corpo revela o todo de maneira diferenciada. Dessa forma, eu sou minha língua, sou meu coração, sou meu estômago, sou meu útero, sou meu fígado, sou meu sistema imunológico e por aí vai… Experimentar ludicamente de olhos bem fechados ser cada uma das partes do corpo, ao conhecer sua funcionalidade genuína e quebrar paradigmas equivocados sobre o mesmo, traz a sensação de uma integralidade e plenitude.  *2

Raquel Guedes Pimentel Pilon*2

*1 Trecho do trabalho de conclusão do curso: Gestalt e Saúde: Psicologia das Doenças Somáticas, realizado em 2012.
*2 Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Doutora em Psicologia.

Referências:

PERLS, F. 1942. Ego, Fome e Agressão. São Paulo: Summus, 2002.
PERLS, F., HEFFERLINE, R., GOODMAN, P. 1951. Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 1997.
SCHNAKE, Adriana . 2007. Enfermedad, sintoma y caráter: diálogos gestálticos con el cuerpo. Buenos Aires: Del Nuevo Extremo: Cuatro Vientos.
SCHNAKE SILVA, Adriana . 2001. La Voz Del Síntoma. Santiago do Chile: Editorial Cuatro Vientos.
SCHNAKE, Adriana . 1995. Los diálogos del cuerpo. Santiago do Chile: Editorial Cuatro Vientos.

Sobre crises e crescimento

pipoca by Agenor Gondin
Foto de Agenor Gondin

“Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

 

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer.

De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! – e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. 

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. ‘Morre e transforma-te!’ – dizia Goethe.”

Rubem Alves no livro O amor que acende a lua (p. 59). Texto na íntegra aqui.


Impressiono-me com a beleza com que muitos dos textos de Rubens Alves falam diretamente a mim e, acredito, a muitos leitores.

Apesar de antigo, considero um texto atemporal. Como ele mesmo diz, quase uma metafísica do processo de crescimento. De forma metafórica, parece um tanto com o processo promovido pela psicoterapia de orientação gestáltica.

 A psicoterapia pode ajudar nos processos de crescimento, crises e mudanças durante as diferentes etapas da vida de uma pessoa. Venha experimentar psicoterapia conosco!

 

Raquel G Pimentel Pilon

Psicóloga, gestalt-terapeuta

contato@nucleoampliar.com.br

(48) 4141 0504

Como você percebe o sucesso em sua vida

A noção de sucesso vem sempre ligada a um bom resultado ou êxito de alguma empreitada. É conectada com algo a ser alcançado, num tempo e espaço lançados a um futuro. Vem, também, carregada de expectativas, desejos e sonhos.

Quando se escolhe uma profissão, quando se conecta com os sonhos de vida, de alguma forma a pessoa se lança para uma busca com vistas a um certo resultado. A sensação de sucesso vem quando esses sonhos se concretizam na realidade. Será mesmo?

Os modos de existir no mundo são influenciados pela cultura, sociedade e família em que cada pessoa está inserida. Sendo a contemporaneidade a marca de nosso momento atual, percebe-se demandas direcionadas a cada pessoa sobre certas formas de estar no mundo , sem que a gente se dê conta. As demandas contemporâneas trazem a marca da produtividade, do consumo, do efêmero, do virtual, da conectividade, dentre tantas outras.

Ao parar para dar uma boa olhada na própria vida, a pessoa começa a perceber que nem sempre é possível tornar compatível aquilo que sonha profissionalmente, pessoalmente e responder às demandas sociais dos modos de existir para ter sucesso. Frequentemente, o ser humano encontra-se em conflito ou em encruzilhadas para lidar com tudo isso, tal qual um malabarista.

A sensação de sucesso raramente vem de maneira integrada. Mas de que sucesso estamos tratando aqui? Do sucesso enquanto demanda contemporânea, introjetada a cada segundo por milhares de pessoas por via de propagandas, internet, televisão, seriados, novelas, músicas, modelos e afins.

Esse movimento de parar para dar uma boa olhada na vida pode ser facilitado por meio da psicoterapia. A possibilidade de conhecer-se melhor e enfrentar aqueles pequenos conflitos que te sondam no cotidiano pode ajudar a ressignificar o conceito introjetado de sucesso para dar lugar a uma vivência mais plena e a percepção da mesma de forma integrada, tal qual ela é. Mudar a perspectiva do olhar, e perceber a sensação de sucesso e realização de forma mais ampliada, a partir das sutilezas que compõem a trajetória no cotidiano. Encontrar mais cor, poesia e significado no caminhar, diminuindo, assim, o peso do resultado final.

E você, como percebe o sucesso? A psicoterapia pode te ajudar a ampliar as perspectivas e a viver com mais plenitude! Venha experimentar uma sessão de psicoterapia conosco!

Raquel Guedes Pimentel Pilon

Falar pode aliviar dores emocionais…

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Com o tempo, a gente “aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Frase atribuída a Willian Shakespeare.
É quase lugar comum a assertiva de que falar dos sentimentos pode prevenir o processo de adoecimento. O processo de falar, no entanto, requer um ouvinte muito especial. Alguém que tenha ouvidos atentos, cuidadosos,  alguém que possa acolher sem julgar qualquer coisa que esteja afligindo aquele que precisa falar, alguém que dê um lugar para aquilo que de estranho, dolorido ou surpreendente venha do outro.
A expressão da vida e de tudo que se refere à mesma requer corpos atentos – ouvidos, olhos, falas, etc. Rubem Alves refere-se à arte de ouvir como “escutatória” em seu livro “O amor que acende a lua” (p. 65). Faz uma analogia ao pontuar que existe até curso de oratória – arte de falar – mas não existe curso de “escutatória” a arte e ouvir. Texto completo AQUI.
Para que a pessoa possa sentir-se confortável ao falar de si e de seus sentimentos, é preciso que haja um interlocutor que saiba escutar e ouvir. A psicóloga/psicoterapeuta é especializada nessa famosa arte de ouvir e trocar.
A psicoterapia pode ajudar nos processos de crescimento, crises e mudanças durante as diferentes etapas da vida de uma pessoa. Venha experimentar psicoterapia conosco.

 

Raquel G Pimentel Pilon

Psicóloga, gestalt-terapeuta

contato@nucleoampliar.com.br

(48) 4141 0504